Sinval Medina
Escritor e jornalista, Sinval Medina nasceu em Porto Alegre em 1943. Formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1964, transferiu-se para São Paulo em 1971, onde fez estudos de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (USP) e Ciências Sociais (PUC-SP). Aos 21 anos de idade foi distinguido com menção honrosa em concurso promovido pela Divisão Municipal de Cultura de Porto Alegre com a novela Ninguém, inédita. Em seu Estado natal foi publicitário, funcionário do Banco do Brasil e colaborador da Editora Globo, para a qual escreveu o Dicionário de História da Civilização (1969), seu primeiro livro.
Na capital paulista, integrou o corpo de docentes e pesquisadores da ECA/USP e foi pioneiro na implantação do Curso de Editoração de 1971 até 1975, quando, juntamente com vários outros professores da unidade, teve a carreira acadêmica interrompida pela repressão militar. Cassado pela ditadura, dedicou-se ao jornalismo profissional e à literatura, que ficara em segundo plano durante sua breve passagem como pesquisador e docente universitário. Trabalhou em várias empresas jornalísticas (Diários Associados, Editora Abril, Editora Azul), militou na chamada imprensa alternativa (Versus, Opinião, Brasil Reportagem) e foi correspondente no Brasil do periódico O Jornal, de Lisboa.
Em 1986, amparado na lei da anistia, foi reintegrado à Universidade de São Paulo, mas desligou-se voluntariamente do cargo de auxiliar de ensino da ECA/USP no ano seguinte. A partir de 1988, quando ganhou uma bolsa da Fundação Vitae para escrever o romance Tratado da Altura das Estrelas, tornou-se profissional autônomo na área de comunicação social. Foi anistiado em 1985.
Estreou na ficção em 1980 com Liberdade Condicional. Seguiram-se Cara, Coroa, Coragem e Memorial de Santa Cruz, livro que figurou entre os vinte nomes que representaram a moderna ficção brasileira na Feira Internacional de Frankfurt de 1986. A roda-viva como profissional do jornalismo marca uma fase de silêncio no romance. Nesse período, Sinval Medina dedicou-se à literatura infantil e infanto-juvenil, e já publicou diversas obras para crianças e adolescentes.
Após oito anos de trabalho (de 1988 a 1996) o autor dá por concluído o Tratado da Altura das Estrelas, a segunda “saga do Hemisfério Sol” – a primeira é o Memorial de Santa Cruz. Publicado em 1997, o livro conquista, em 1999, o Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura, nas Jornadas de Literatura de Passo Fundo para romances em língua portuguesa. Essa era, à época, a maior dotação para romances em língua portuguesa. A obra foi escolhida entre mais de duas centenas de publicações assinadas por renomados autores brasileiros, portugueses e africanos.
Dedicado exclusivamente à literatura desde 1997 (“não vivo do que escrevo, mas vivo para escrever”), Sinval Medina é adepto do lema “dia com página em branco é dia perdido”. A partir de então publicou, entre romances e novelas e além dos romances já mencionados, Parece Que Foi Ontem (1982), As Múltiplas Vidas do Dr. Gaspar (1986), O Dia da Caça (1989), O Herdeiro das Sombras (2001), A Faca e o Mandarim (2004), A Batalha de Porto Alegre (2010, segunda edição 2012), O Cavaleiro da Terra de Ninguém (edição brasileira 2012, edição portuguesa, 2016), O Corcunda de Bizâncio (2014) e O Mistério da Estrada de Petrópolis (2016). Em 2019 publicou, pela Portal Edições, a coletânea de ensaios Colcha de Retalhos, em conjunto com Fios da Meada, por Cremilda Medina.
O Governador do Fim do Mundo, publicado em 2020 no Brasil e em 2024 em Portugal, é relançado em 2025 inaugurando a parceria do autor com a recém-fundada Editora UNA, de São Paulo. Os romances O Corcunda de Bizâncio e O Amante de Mata Hari, bem como a novela O Náufrago da Patagônia, estão em fase de edição pela UNA e devem ser publicados em breve.
Como autor
Outras obras
Data de publicação: 1969
Editora: Globo
Data de publicação: 1980
Editora: Codecri
Data de publicação: 1982
Editora: Nova Fronteira